O calor aqui em Brasília está me avisando que, nem bem chegou, o frio já foi embora e o auge da seca está se aproximando. Os dias lindos de inverno, com céu azul e limpo sempre, dão lugar a dias indecisos. Aqueles em que o céu fica meio turvo, nem limpo nem nublado; tem ameça de chuva no ar, mas que não cai; faz um friozinho de nada pela manhã e o calor aperta logo depois.
Dias assim me dão vontade de comer algo leve, gostoso e colorido para compensar a falta que o azul brilhante do céu me faz. Fico já desejando o verão e todas as delícias tropicais que caem bem com a estação. Pensando, então, num prato que me alegrasse, me lembrei de uma coleção de livros que tenho sobre culinárias regionais. Chama-se Cozinha das Famílias, da editora Larousse. Adoro a coleção e o conceito por trás dela. Cada livro reúne as receitas de uma família de países como Índia, Tailândia, México, Marrocos, Antilhas, Itália e França. Pelos gostos, histórias e hábitos dos filhos, pais e avós, conhecemos a cultura alimentar local. Cada membro da família apresenta seus pratos favoritos e contam histórias de como eles são preparados, em que ocasiões e até com que tipos de utensílios. Uma riqueza de detalhes que encanta e me dá vontade de sair mundo afora provando, conhecendo e amando cada vez mais as culinárias tradicionais.
Escolhi, desta vez, o livro sobre a cozinha antilhana. Só de dar uma folheada, já fiquei com água na boca. Afinal, os ingredientes comuns por lá são alguns dos que mais gosto: coco, limão, abacate, pimentas, peixes, frutos do mar, banana, abacaxi, batatas-doces, taioba, baunilha! Eita, não tive dúvidas que viria coisa boa. E me decidi por uma receita muito simples, mas, ao mesmo tempo, de sabor surpreendente. Uma salada de babata-doce ao vinagrete. Mas não é esse vinagrete de churrasco, não. É o molho à base de cítricos e azeite. Bem fácil e coringa para outras receitas. Nesse caso, vai limão e também laranja, combinação gostosa demais. Como de costume, dei meus pitacos na receita e acrescentei raspas da laranja, hortelã e laranjinhas kinkan, que estão na época e aproveito ao máximo! A receita ficou tão boa, que já sei que vai estar no cardápio também da primavera e do verão. Junto, claro, de outras delícias antilhanas que já fiquei com vontade de preparar.
- 3 batatas-doces médias, cerca de 600g (pode ser da comum ou da laranja)
- sumo de 1 limão
- raspas e sumo de 2 laranjas
- 3 colheres (sopa) de azeite
- ½ maço de cebolinha
- 1 ramo de hortelã
- 3 laranjinhas kinkan (opcional)
- sal
- Descasque as batatas-doces. Não jogue as cascas fora! Faça, por exemplo, chips com elas, levando ao forno alto até dourarem.
- Corte as batatas em cubos médios e leve para cozinhar em água com sal por cerca de 10 minutos. Elas devem ficar cozidas, mas sem desmanchar.
- Enquanto as batatas cozinham, prepare o molho.
- Retire as raspas da laranja e reserve-as.
- Num pote de vidro médio e que tenha tampa, coloque o caldo do limão (cerca de 1 colher de sopa).
- Dissolva 1 colher (chá) de sal no sumo de limão. Quando dissolver, junte o caldo das laranjas e o azeite. Tampe o vidro e misture bem, chacoalhando até a mistura ficar homogênea. Reserve.
- Pique finamente a cebolinha.
- Retire as folhas da hortelã e rasgue-as com as mãos.
- Corte as laranjas kinkan em rodelinhas finas, retirando as sementes.
- Passe as batatas para a tigela de servir.
- Acrescente a cebolinha verde, a hortelã, o molho, a kinkan e as raspas de laranja.
- Misture bem, prove e ajuste o sal.
- Sirva frio ou morno.
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